terça-feira, 3 de julho de 2012

Carcass - Necroticism: Descanting the Insalubrious (1991)


Carcass. Uma banda clássica de metal. Foi formada como uma banda de crust punk pelo guitarrista Bill Steer junto com o batera Ken Owen em 1985 sobe o nome Disattack. Após lançarem uma demo em 1986, Paul (baixista) e Andrew Pek (vocalista) do Disattack deixaram a banda para serem substituidos pelo vocalista Sanjiv e baixista Jeff Walker, guitarrista e vocalista da banda Electro Hippies. Ao mesmo tempo, Bill Steer se juntou ao Napalm Death (uma banda clássica de grindcore) e gravaram o segundo lado do que seria o primeiro álbum do ND, Scum. Walker também ajudou no desenho da capa de Scum.

Disattack então mudou seu nome para Carcass. Em abril de 1987, eles gravaram uma demo, a única com o vocalista Sanjiv, que saiu da banda logo após. Aqui já não havia mais um som de crust punk, e sim o que seria chamado de goregrind. Walker, Steer e Owens dividiram trabalhos no vocal para o debut, que foi feito em apenas 4 dias (chamado de Reek of Putrefaction), que tinha um som muito robusto e seco, com pouco trabalho musical e músicas extremamente pequenas, com guitarras que pareciam moedores de carne e batera com blastbeats. 

Symphonies of Sickness, seu segundo álbum, continha o produto final numa qualidade muito superior ao debut, continha maiores estruturas de death metal sem sair da origem goregrind, com músicas mais longas e com mais passagens lentas.

Necroticism - Descanting the Insalubrious foi o ponto que gosto de chamar do fim do goregrind do Carcass. É um álbum puramente de death metal brutal, onde mostra uma composição muito melhor, maior valor de produção e solos de guitarra incríveis. Michael Amott se juntou à banda para a gravação deste álbum.

As músicas: 

1. "Inpropagation" 
2. "Corporal Jigsore Quandary"   
3. "Symposium of Sickness"   
4. "Pedigree Butchery"   
5. "Incarnated Solvent Abuse"    
6. "Carneous Cacoffiny"    
7. "Lavaging Expectorate of Lysergide Composition"    
8. "Forensic Clinicism / The Sanguine Article"   

Apesar de não ter mais uma sonoridade de goregrind, a essência é a mesma. As letras brutais estão ali - dizem que Ken Owens pegou os livros de sua irmã que fazia medicina veterinária para ajudar na criação das líricas; os riffs maravilhosos também, os harmônicos extremamente bem elaborados, assim como os solos arrasadores em B standard, estão todos lá. E o álbum é um conjunto que pode ser chamado de um álbum conceitual! Sim, conceitual, já que cada música fala de uma forma econômica de se livrar de um corpo.

Claro que ninguém leva a sério essas letras, nem mesmo a banda, mas a forma que são cantadas é espetacular, num dueto entre Steer e Walker. Um exemplo perfeito disso é na música Incarnated Solvent Abuse. E a adição de Amott só melhorou e muito o álbum. E mencionei a batera? Contém batidas inesquecíveis, como no vídeo abaixo.

É um clássico, e vale a pena ser ouvido até hoje. 

Nota: 9,5/10.


                         


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Black Sabbath - Vol. 4 (1972)
























Vol. 4 é o quarto álbum da banda britanica de Heavy Metal Black Sabbath, lançado em Setembro de 1972. O álbum era pretendido originalmente ser chamado de Snowblind, onde uma das músicas do LP se referia ao uso de cocaina, mas o nome Vol. 4 foi mantido. O LP contém vários clássicos do Sabbath, como "Tomorrow's Dream", "Snowblind", "Changes" e "Supernaut".

Em Junho de 1972, o Black Sabbath, formado por Tony Iommi (guitarra), Bill Ward, (bateria), Geezer Butler (baixo), e no vocal Ozzy Osbourne, se juntou em Los Angeles, California para começar a trabalhar o seu quarto álbum na Record Plant Studios. O processo de gravação sofreu vários problemas, vários devidos ao abuso de drogas pelos integrantes da banda, principalmente Bill Ward. Vamos a análise:

Wheels of Confusion/The Straightener. A música começa com um ótimo solo inicial, dando direção ao riff principal da música e o vocal de Ozzy. Como as letras expressam, trata-se de uma música de uma desilução de ver a vida, acordando para uma realidade difícil de aceitar rejeitando o passado ilusório. Em volta da metade da música, muda-se o riff e vem um solo em forma de background, bem discreto. Depois volta-se ao riff principal. Após o fim da música inicial, começa The Straightener, que vem em uma forma de epílogo, totalmente instrumental, com riffs levando a um magistral solo. Muito gostosa de se ouvir.

Tomorrow's Dream. Música gravada em C# (boa parte das músicas do LP foram gravadas em afinação C#), com a guitarra de Iommi bem distorcida; tem um riff diabolico e grudento, que viriam a expirar muitas bandas no futuro. Líricas falam de começar uma vida nova, deixar as tristezas do passado para trás, e alcançar o sonhos do amanha em forma de realidade. O solo no meio da música também é bem legal.

Changes. É uma música bem calma, uma balada do LP; Letras falam de um amor perdido, e o efeito que isso teve na pessoa da lírica. O uso de teclado é muito bem-vindo.

FX. Uma pequena música instrumental. É consistida de efeitos de ecos que aparentemente eram do crucifixo do guitarrista Tony Iommi, que ele usava sobre seu pescoço, batendo contra sua guitarra e adicionando o efeito de eco, ganhando assim o título FX.

Supernaut. Tem um dos melhores riffs do LP, o slide que o Iommi faz, é colossal. Bom solo também. Letras bem aleatórias, a ponto de uma hora estar falando sobre querer tocar o sol e não morrer ("I want to touch the sun, but I don't need to die") e outra hora estar falando de não se ter uma religião ("Got no religion, don't need no friends, got all I want and I don't need to pretend."). É uma boa música no geral.

Snowblind. Esta música foca suas letras no uso de cocaina pela banda, com bons riffs, um bom chorus ("My eyes are blind, but I can see, the snowflakes glisten on the tree, the sun no longer sets me free, I feel there's no place freezing me") e um bom solo.

Cornucopia. O início dessa música é devastador, deixando no chinelo todas essas bandas de Black Metal que se dizem malignas, em um riff de meio minuto que consegue ser muito mais tenebroso que todas elas juntas. Depois entra o riff principal, muito bom por sinal, e na metade da música o riff muda, em uma mistura de harmonias com solos (?) se mantendo assim até o retorno do riff principal. Não tenho idéia sobre o que as letras falam.

Laguna Sunrise. Uma ótima balada instrumental, uma música calma tocada em dois violões (ou duas guitarras acústicas), considero melhor que Changes. Lembra Bron-Yr-Aur do Led Zeppelin.

St. Vitus Dance. O riff principal da música estranhamente lembra uma dança, mas não sei explicar de qual estilo. As letras falam de uma paixão amorosa. Estranho, mas a música não contém solo.

Under the Sun/Every Day Comes and Goes. A música mais doom-stoner-evil-badass do LP, o riff inicial é de arrepiar, e o riff principal de Iommi aliado ao vocal de Ozzy é fantasmagoricamente perfeito. Pessoas religiosas podem se ofender ouvindo essa música, mas eu como sou ateu, é só alegria! Letras niilistas, dando foco na crença em você mesmo, não em religião alguma. Chorus ótimo também, com um solo final devastador.

Esse LP, junto com os álbuns "Black Sabbath" (1970), "Paranoid" (1970) e "Master of Reality" (1971), ajudaram a moldar todo o género doom-stoner metal/rock dos anos 90 em diante, além de influenciarem MUITO o futuro do Heavy Metal. É indispensável para quem gosta de boa música.

Nota: 10/10.

Tracklist: (Todas as músicas foram escritas por Geezer Butler, Tony Iommi, Ozzy Osbourne e Bill Ward.)
  1. "Wheels of Confusion/The Straightener" – 8:01
  2. "Tomorrow's Dream" – 3:11
  3. "Changes" – 4:44
  4. "FX" – 1:43
  5. "Supernaut" – 4:49
  6. "Snowblind" – 5:33
  7. "Cornucopia" – 3:54 
  8. "Laguna Sunrise" – 2:55
  9. "St. Vitus Dance" – 2:29
  10. "Under the Sun/Every Day Comes and Goes" – 5:52






sábado, 1 de janeiro de 2011

Necrophagist - Onset of Putrefaction (1999)




















Onset of Putrefaction é o álbum debut da banda alemã de death metal técnico, Necrophagist. Foi trabalhado praticamente todo sozinho por Muhammed Suiçmez, guitarrista, vocalista e fundador da banda. Ele gravou todas as partes do vocal e programou todas as partes da bateria com a ajuda de um computador. As partes da guitarra e do baixo foram gravadas praticamente só por ele, com a exceção de algumas que foram gravadas por ex-membros do Necrophagist: Jochen Bittmann gravou algumas partes do baixo, e Bjoern Vollmer gravou algumas partes do solo de Extreme Unction.
A versão original do álbum de 1999 era muito difícil de conseguir, devido a problemas de distribuição com a gravadora que continha os direitos. Logo, o relançamento do LP em 2004 em uma versão remixada, reamostrada e remasterizada, incluindo vastas melhorias nas partes de bateria usadas pela máquina de ritmos, se comparadas com a versão de 1999 do LP, foram muito bem-vindas.
Muhammed Suiçmez é o fundador da banda, como já dito anteriormente. Ele vem de uma família de origem Turco-Alemã, e já apartir dos 10 anos de idade se interessava em Death Metal. Já aos 14 anos, em 1989, Suiçmez escreveu as letras de Onset of Putrefaction. Inspirado por Carcass na época, as letras eram sombrias e gore-like. Seu modo de solar é influenciado fortemente por Malmsteen e seu estilo neoclássico, como pode ser visto no seu vasto uso de harmonias em escala menor, e seu uso de técnicas de legato e sweeping.
Em 1992 ele formou o Necrophagist, onde lançou seu primeiro demo (Requiems Of Festered Gore), que continham cinco faixas, lançadas no mesmo ano. Muhammed continuou escrevendo música, em fato que em 1993 (quando ele tinha 18) todas as músicas do Onset of Putrefaction já tinham sido escritas (mas não gravadas).
Quando ele tinha 20 anos, uma segunda demo foi lançada, que continha quatro faixas. Havia muitas mudanças na formação da banda, que impediam o progresso de Muhammed pelo Necrophagist e finalmente, em 1998, Suiçmez teve a disposição de gravar sozinho um LP, onde ele iria tocar, produzir e executar praticamente tudo. Suiçmez primeiramente lançou e distribuiou a gravação ele mesmo e sem gravadora, mas um ano depois, Onset of Putrefaction foi lançado pela Noise Solution Records. 
É um álbum excelente, que vale a penar dar uma checada. Recomendado para quem gosta de bandas como Death, Atheist, Suffocation, Obscura, desse nível. Nota: 8/10.
Tracklist:
  1. "Foul Body Autopsy" – 1:55
  2. "To Breathe in a Casket" – 5:43
  3. "Mutilate the Stillborn" – 3:45
  4. "Intestinal Incubation" – 4:13
  5. "Culinary Hyperversity" – 5:06
  6. "Advanced Corpse Tumor" – 5:29
  7. "Extreme Unction" – 4:48
  8. "Fermented Offal Discharge" – 4:42
  9. "Dismembered Self-Immolation" (Demo '95) – 03:57
  10. "Pseudopathological Vivisection" (Demo '95) – 02:37


      domingo, 26 de dezembro de 2010

      Cream - Disraeli Gears (1967)





















      Cream é o resultado da união entre alguns dos melhores músicos de blues da década de sessenta, um supergrupo formado com a intenção de dar o seu melhor. Jack Bruce (vocal principal, baixo), Ginger Baker (vocais ocasionais, bateria), e Eric Clapton (vocais secundários, guitarra) lançaram 4 álbuns de estúdio no papel do Cream; Disraeli Gears é seu segundo álbum. Aqui é acrescentado um pouco mais de psicodelia, à la I Feel Free do debut, misturado ao blues-rock característico da banda. O resultado é um álbum clássico, que serve de referência até os dias de hoje.

      Strange Brew. Guitarra bem bluesista, com excelentes solos e o baixo destacado de Jack, além das letras que falam de uma paixão em uma forma psicodélica, linha que se segue em praticamente todas as músicas do LP.
       
      Sunshine of Your Love. Mais que um clássico, contém um dos riffs mais conhecidos do mundo. Tem a lírica romântica também, com um excelente groove entre a banda, e destaque para o maravilhoso solo, que ao vivo a improvisação chega ao triplo da duração padrão. "It's gettin' near dawn, When lights close their tired eyes. I'll soon be with you my love, To give you my dawn surprise."

      World of Pain. De fato, uma música muito depressiva. Talvez de certo modo estivesse expressando o que a banda sentia em relação a sua época. Muito psicodélica também.

      Dance The Night Away. "Gonna build myself a castle, High up in the clouds, There'll be skies outside my window, Lose these streets and crowds". Talvez a música mais psicodélica do LP, até mais que Tales Of Brave Ulysses. Líricas puramente LSD-like misturadas com afastamento paixonal. Riffs grudentos e tem solos bem bacanas.

      Blue Condition. Uma das poucas música da banda que Ginger Baker canta, é excelente, menos psicodélica no geral e mais bluesista com rock 'n' roll. Puro blues-rock.

      Tales Of Brave Ulysses. A intro com pedal wah-wah na guitarra de Clapton é magnífica e inovadora, e toda a psicodelia ambiental e lírica presente no LP está aqui; o conjunto no total é maravilhoso. Excelente faixa.

      Swlabr. A guitarra de Clapton está muito bem aplicada aqui, com riffs de blues antigos distorcidos a bem o estilo do Cream.

      We're Going Wrong. Outra música depressiva. Líricas sobre uma catarse de saída da matrix, romântica, ou alguma merda do tipo. É muita LSD até pra mim.

      Outside Woman Blues. Blues-rock total. Como Swlabr, antigos riffs de blues distorcidos são aplicados pra criação de um outro riff fantástico. O solo apesar de fácil e pequeno, é muito bem aplicado e é excelente.

      Take It Back. Não sei nem se posso considerar blues-rock essa música, está mais pra blues puro mesmo. Pura ritma bluesista, e diferente das outras músicas, foge da lírica romântica. Excelente groove musical.

      Mother's Lament. Um dos poucos pontos baixos do LP, é só uma poesia/prosa recitada por Ginger Baker ao som de um teclado. Bem fraquinha a música. Porém, fica claro que é uma homenagem de certa forma às bandas que inspiraram o Cream.

      É uma pena que a banda durou tão pouco tempo, mas as brigas constantes entre os integrantes acabou levando a esse fim. Até mesmo quando se reuniram em 2005 para alguns shows, eles ainda brigaram. Talvez o Cream seja algo que simplesmente não era para existir, mas marcou uma época de qualquer forma. Enfim, nota final: 8,5/10.

      Tracklist:
      1. "Strange Brew" - 2:46
      2. "Sunshine of Your Love" - 4:10
      3. "World of Pain" - 3:03
      4. "Dance the Night Away" - 3:34
      5. "Blue Condition" - 3:29
      6. "Tales Of Brave Ulysses" - 2:46
      7. "Swlabr" - 2:32
      8. "We're Going Wrong" - 3:26
      9. "Outside Woman Blues" - 2:24 
      10. "Take It Back" - 3:05
      11. "Mother's Lament" - 1:47










      quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

      Electric Wizard - Black Masses (2010)




















      E o Electric Wizard nos surpreende denovo. Depois de Witchcult Today, que é puro Black Sabbath, onde muitos fãs não gostaram do estilo diferente que a banda adotou se comparado ao Dopethrone, Black Mass, lançado em novembro de 2010, está uma mistura dos dois e de vários outros LPs da banda. O LP está muito psicodélico, mais drone, um pouco menos doom, mais stoner, mais noise, com vocais ácidos, distorções na guitarra de Liz, ruídos variados.

      Black Mass. “Hear me Lucifer, Black Mass, Black Mass, Take me Higher, Higher, Black Mass, Black Mass.” é o trecho suficiente para se amar essa faixa. E o que ocorre por toda a música também: uma grande interação, criado pelas guitarras low-tuned e por um baixo tão profundo que facilmente faz vibrar tudo que está por perto. Nota-se, no entanto, algo um pouco diferente: a velocidade. A composição está definitivamente mais rapida. É uma excelente balada inicial; dela jorram múltiplos cenários do estilo de H.P. Lovecraft, abrindo os portões do ocultismo.

      Venus In Furs. Esta faixa mantém o mesmo clima de Black Mass, destacando-se a voz de Jus, onde se dá até a sensação de que o líder de Electric Wizard está numa tumba. É também impossível ficar indiferente aos solos que vão surgindo aqui e ali, como pequenos presentes amaldiçoados. Não há dúvida de que tanto Oborn, como Liz Buckingham, tiveram bastante cuidado na criação de verdadeiros momentos psicadélicos. Em suma, Venus In Furs é um tributo emblemático à magia negra, com o seu final a engolir quem a ouve, como se de um buraco negro se tratasse.

      The Nightchild. Esta música é a volta da formula doom, tão característica do álbum homónimo de estreia. O feeling old-school que a música tem é, no entanto, aprimorado por uma composição mais trabalhada e não tão "direto na sua cara", como acontecia no início de carreira. Electric Wizard não se preocupa, hoje em dia, somente com o riff e com a distorção; há um claro enfoque na atmosfera e na envolvência do ouvinte, algo que fica bem claro na série de ruídos que se vão ouvindo, enquanto Jus repete a frase “under the black sun”… The Nightchild acaba por se desfazer num imenso lago de efeitos. Destaque também para as poderosas linhas de baixo de Tas, ele que faz a sua estreia na gravação de um LP do Electric Wizard. 

      Patterns of Evil. Essa música volta a acentuar o ritmo mais veloz que os britânicos escolheram para este álbum. Iniciada com um brutal riff arrancado de cordas com toms tão abaixo do padrão que quase parecem cordas de um varal, esta música tem como ponto alto os excelentes solos, carregadinhos de efeitos alucinógenos. Pura descarga psicadélica, que nos deixa ofegantes e anestesiados. E o que vem a seguir exige preparação mental.

      Satyr IX. De longe, um dos melhores momentos que Black Masses tem para oferecer. São dez minutos de puro transe, onde vibrações em série se entranham numa bateria ritualista/tribal, proporcionada por Shaun Rutter – outro debutante nas gravações com o Electric Wizard. Somos colocados numa floresta a céu aberto, prontos a testemunhar uma cerimónia satânico-medieval.

      Turn Off Your Mind. Na mesma linha de Patterns of Evil, é um hino aos pais Black Sabbath, um hino onde o fuzz se acumula em várias camadas, e onde diversos samples são adicionados, criando novamente um final “de buraco negro”, como em Venus In Furs. Cheira a casaco de couro, cheira a 70’s e para isso muito contribui o tom de voz de Jus.

      Scorpio Curse. Uma música que poderia estar perfeitamente no alinhamento de Witchcult Today. Riff melódico, lento, grudento, inserido numa estrutura prazerosa e profunda o suficiente para fazer de Scorpio Curse uma das faixas principais de Black Masses. Scorpio atua como o verdadeiro termino musical do álbum, já que Crypt of Drugula são nove minutos de drone embrulhado num intenso background, onde o som dos trovões e da chuva assumem o papel principal – o que revela, claramente, que a atmosfera foi um dos pontos mais bem trabalhados pelos ingleses. Conclui-se assim a resenha de um dos lançamentos mais aguardados de 2010.

      Para quem não conhece ainda a banda, esse disco é minha recomendação pra se começar a ouvir os caras. CD da mais alta qualidade stoner/doom metal que tem por aí. Turn off your mind, e aproveitem o disco!

      Nota: 9/10.

      Tracklist:
      1. "Black Mass" - 6:06
      2. "Venus in Furs" - 6:22
      3. "The Nightchild" - 8:02
      4. "Patterns of Evil" - 6:30
      5. "Satyr IX" - 9:58
      6. "Turn Off Your Mind" - 5:51
      7. "Scorpio Curse" - 7:31
      8. "Crypt of Drugula" - 8:49